A manutenção do machismo - O medo da libertação feminina movimenta o sucesso de programas sem conteúdo

Homens e mulheres ainda sentem medo da liberdade feminina.

O retardo provocado por programações do tipo SBT, e tantos outros não estão preocupados com a felicidade das pessoas. 

Querem dinheiro, competição, e vender produtos.

Este desencorajamento social provocado propositalmente pode contribuir para que a evolução atrase, mas nada a impedirá de acontecer! 

Já foi mais comum e aceitável certas posturas na televisão ou em qualquer outro veículo de comunicação, o famoso homem do milhão assim como outros tinha o microfone aberto para muitas “brincadeiras” que hoje são consideradas até ofensivas. Lógico que para algumas pessoas isso é bobagem, cada um faz o que quer da sua vida e pronto. No entanto para outras pessoas, aquelas que clamam por mudanças, e lutam por um futuro mais respeitoso e digno para mulheres isso não é tão simples, e precisa acabar.

Os meios de comunicação é um dos responsáveis por formar um “pensamento social”, aquilo que a grande massa vive como verdade, o tal do senso comum. Lógico que aquelas pessoas que buscam um pensamento crítico buscarão mais informações, se esclarecerão através de estudos, e entenderão por si só que disputar “quem passa melhor a roupa”, ou concurso de miss mirim avaliando o corpo de crianças não é saudável para ninguém em sociedade nenhuma.

Mesmo vivendo uma nova realidade as pessoas tentam nega-la, assim como faz o homem do baú, que tenta de todas as formas propagar que mulheres ainda são como na década de 50. Lógico que não somos ingênuas, muito ainda se vive como antes, mas muito já se modificou, foram muitas batalhas vencidas em prol das mulheres em todos os campos possíveis, e ainda assim querem nos reduzir à meras passadeiras de roupas, e não como profissão, mas como requisito para ter aprovação de um futuro marido. A coisa é muito arcaica, e não deve ser levada como brincadeira, por que a usurpação do nosso tempo não é motivo de piada!

Em pleno século XXI precisamos repetir o óbvio, mulheres não são objetos, mulheres não são máquinas de serviços domésticos, mulheres não são serviçais a fim de agradar homens, ou seja lá quem for. Mulheres são pessoas.

Repetir é a palavra, estamos sempre nos repetindo na tentativa desesperada de que nos enxerguem como seres humanos. Como faz uma mãe que repete todos os dias para o filho o que ele deve fazer, e ele mesmo já sabendo espera que ela mande, e só faz quando de fato lhe convém.  

Muitas vezes ser mulher cansa, e quando se é consciente das indispensáveis mudanças e de todas as batalhas necessárias para que elas aconteçam o cansaço é avassalador. Assim como os filhos, a sociedade vai “testando” a nossa paciência pra saber até onde se aguenta com responsabilidades que não deveriam ser só das mulheres, e observam se ainda prosseguiremos na luta para que as próximas gerações não sofram tanto como as anteriores. Como se não bastasse tentam inibir o nosso progresso rumo ao pensamento livre, fazendo a todo momento a manutenção do machismo.

 Quanto as participantes do programa não há o que dizer, não nos cabe julgar a participação de meia dúzia de pessoas (adultas) que decidem por motivos diversos participar desse ou daquele programa,  precisamos abolir o fato disso existir como entretenimento. Já dizia a minha avó “sempre existirá pessoas para fazer de um tudo neste mundo”, sem contar que possivelmente as pessoas nem sabiam do que se tratava os quadros e seus “desafios”. Neste caso, quando não se tem bom senso por parte dos produtores é a audiência quem decide se a “brincadeira” deve ou não continuar, o publico é soberano e imensamente maior que os numero de participantes, e neste caso é o que realmente preocupa.

Ultimamente o apresentador Silvio Santos está colecionando grosserias desnecessárias em relação às mulheres, parece que ainda não se deu conta de que de idade não tem nada a ver com respeito e bom senso, e que as mulheres não estão mais "deixando pra lá" coisas assim, tá feio demais.

 Ninguém vai bancar a mãe de um senhor de mais de oitenta anos, este não é o meu papel, estamos todos em transição social, por isso o que nós pensamos importa. Mulheres não são bibelôs enfeitados para diversão ou adoração de ninguém, somos pessoas que escolhem e se divertem em suas próprias vidas. Pare de tentar nos reduzir a aparência, ações domésticas e todos estes estereótipos de função a nos diminuir. Mulheres tem voz e vamos usa-la ao nosso favor.

Silvio faça um favor para si e para a humanidade, para que não parem de te amar. Deixe de ser besta!

Isto não é um teste para uma profissional que trabalha como diarista, e recebe por um serviço prestado. Isto é uma brincadeira para namorar alguém. 

E detalhe: 

Somente o homem escolhe?

Qual seria o teste masculino para que a garota o aceitasse? 

Isto não é normal, legal ou aceitável. 

Protestem, até a produção se ver obrigada a mudar o direcionamento do programa, e o olhar sobre o SER mulher.

Mostrem a estas pessoas que não podem usar a nossa imagem e o nosso gênero com descaso. Compartilhem esta matéria e todas as que julgarem pertinente.

Texto: Grazy Nazario.