Em pleno século XXI falar sobre o próprio corpo ainda é um tabu, bem como nos aceitar em nossas formas, limitações e transformações, existe a dificuldade de nos aceitar sob o comando de si. Seja em relação ao corpo, mente ou espirito, o problema não está nos “defeitos” ou “exposições não autorizadas”, o real problema está na mulher ser capaz de gostar de si, se resolver e se bastar antes de qualquer coisa para se fazer o bem, assim como deveria acontecer com todas as pessoas.
Não raramente surge na mídia
vazamento de fotos como aconteceu com Luisa Sonza, recentemente a cantora teve
fotos íntimas divulgadas sem a sua autorização em paginas da web. Quanto a isso ser um crime sério e digno de punição
não há duvidas, mas realmente incomoda perceber que continuam a nos atacar através
de questões morais que criaram para nos privar de tudo, nada nos pertence no mundo do patriarcado.
Usam qualquer expressão de
liberdade como uma degradação moral porque nos fazem acreditar desde sempre que
o prazer é um pecado para a mulher, querem a nossa culpa, nosso pesar, a nossa ruína. Apenas os
homens podem “pecar”, às mulheres resta ser um objeto para essas realizações.
Luisa, como muitas outras não fez isso com a intenção de levantar uma bandeira
de empoderamento, ou se dizer militante de algum movimento, é só liberdade diante do corpo, e a intimidade de qualquer pessoa não é
da conta de ninguém, simples assim.
Nem ela ou ninguém precisa se justificar por ter tirado uma foto intima, isto não esta errado, errado é hackear, divulgar imagens sem autorização, fazer comentários preconceituosos. A foto de uma outra pessoa não interfere em nada na vida de ninguém, as pessoas não podem continuar a agir como se a sua opinião fosse algo a ser dito sem medida, aquilo que oprime, fere ou representa um xingamento não é opinião, é crime.
Nem ela ou ninguém precisa se justificar por ter tirado uma foto intima, isto não esta errado, errado é hackear, divulgar imagens sem autorização, fazer comentários preconceituosos. A foto de uma outra pessoa não interfere em nada na vida de ninguém, as pessoas não podem continuar a agir como se a sua opinião fosse algo a ser dito sem medida, aquilo que oprime, fere ou representa um xingamento não é opinião, é crime.
Ao comparar a mesma situação com a foto de um homem, imediatamente a interpretação é transformada, homens e mulheres sempre se sensibilizam quando a vitima não é mulher. Homens não precisam ser perfeitos em todos os sentidos possíveis, é como se no ombro feminino coubessem todos os pecados do mundo.
A questão não é o corpo nu ou
seminu, a estética ou beleza, a questão é apenas expor de forma negativa a mulher e suas atitudes,
tentar nos fazer sentir vergonha do que somos dentro de nós, na nossa
intimidade, na hora que o nosso riso é livre, o nosso corpo nos pertence e a
nossa sexualidade nos dá prazer. Sem pensar em qualquer coisa que nos incomode,
na liberdade somos perfeitas, autoconfiantes e lindas! O problema é a dificuldade de nos ver
livres!
Pessoas infelizes são incapazes de se perceberem livres, espalham as imagens ou se sentem bem em fazer comentários venenosos e cruéis, só pensam em apontar o dedo e julgar. Se esquecem de ter empatia, ignoram que aquela mulher sente vergonha da exposição, e da invasão de privacidade. Mesmo se houvessem punições severas para este tipo de crime isso não tiraria a sensação provocada por conta do que aconteceu. Então mulheres, por que tornar isso mais difícil do que já é? Mais que punição aos criminosos, precisamos de consciência para os maldosos de plantão!
A Luisa reagiu bem, melhor
que outras mulheres que já vi, jovens que se perderam em questões psiquiátricas ou psicológicas, algumas se suicidaram, outras se retraíram. Temos que lutar conosco em nossa intimidade a combater os medos que carregamos por ter nascido mulher, e para tornar tudo mais chato tem um povo
escroto que consegue piorar tudo!
Bom que ela teve o apoio dos familiares, e do companheiro, e que conseguiu reagir bem por ela mesma, espero realmente que este seja o menor dos dramas, e que as nossas companheiras não tão famosas tenham semelhante força e empoderamento diante de casos como este. A culpa nunca é da vitima, a revolução feminina é transcender o gênero, queremos o mínimo, e o mínimo é tudo!
Texto: Grazy Nazario.
Bom que ela teve o apoio dos familiares, e do companheiro, e que conseguiu reagir bem por ela mesma, espero realmente que este seja o menor dos dramas, e que as nossas companheiras não tão famosas tenham semelhante força e empoderamento diante de casos como este. A culpa nunca é da vitima, a revolução feminina é transcender o gênero, queremos o mínimo, e o mínimo é tudo!
Texto: Grazy Nazario.
Perfeito seu texto, disse tudo. E nós mulheres, precisamos nos apoiar muito mais e parar de julgar umas as outras, isso só piora a nossa situação. Unidas conseguiremos mudar muito mais. Avante manas.
ResponderExcluirGrata. Você completou bem, juntos chegamos mais longe e mais rápido. Avante!
ExcluirA empatia reivindicada no título deste artigo surge, ao meu ver, de um longo, árduo, necessário e constante trabalho de conscientização de mulheres e homens. Passa também pela mudança de percepção ou real compreensão do outro e da outra, da representação social de ambos, de se interpretar a situação considerando as atitudes dos sujeitos e das sujeitas, e não os sujeitos e as sujeitas em si.
ResponderExcluirQue a reação da protagonista somada ao apoio dos coadjuvantes nos sirvam de inspiração para que situações como essa não mais voltem a ocorrer, mas, acima de tudo, para que todos e todas possamos nos sentir livres e senhores e senhoras de nossas próprias vidas.
Muito verdadeira as suas palavras, é bom saber que não estamos sozinhas, e que juntos somos mais fortes. Unimos força para a construção de um futuro melhor! Grata.
ExcluirO avanço para sairmos da ditadura do patriarcado só ocorrerá quando nós mulheres, de fato, exercermos primeiro a empatia em relação às nossas manas.
ResponderExcluirEsse ato de engrossar o coro no julgamento, é para além de mesquinho, fruto de uma criação tabu imposta pela sociedade.
A conscientização e luta não podem ter trégua. Há um longo percurso ainda.
Você disse bem, a união é uma arma importante para nós mulheres, ainda falta muito, mas reconhecer isso é um grande passo. Vamos juntas para a mudança!
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