segunda-feira, 9 de junho de 2014

Mulher Sem Porta Voz!

O futebol sempre foi visto como um esporte machista, e de certa forma “fechado” para as mulheres, basta relembrar as dificuldades para o futebol feminino ser reconhecido como um “esporte”. As diferenças aumentam quando comparamos o prestigio, respeito e os investimentos direcionados ao futebol masculino, constatamos uma vergonha nacional. E isto também se estende para as áreas relacionadas, não se pode negar que no futebol a mulher é minoria, quase imperceptível se comparado aos homens.  
Observar o esporte como a representação da vida social é realmente uma experiência divertida, ou irritante, vai depender do ponto de vista que usar. Quando se fala em discriminação, racismo ou até mesmo machismo, o esporte é recheado de exemplos, e por ser algo que se aproxima tanto das pessoas ganha grande repercussão facilmente.
Geralmente as mulheres são utilizadas apenas para “enfeitar” os estádios, como as animadoras de torcidas, ou musas ligadas ao escudo dos times e coisas do tipo. Mas é claro que isto esta mudando, as mulheres não precisam ficar condicionadas exclusivamente ao uso do corpo para participar do mundo do futebol, e se decidir fazer isso será por escolha consciente de que o seu espaço não é limitado a isso. A mulher tem o direito de escolher entre profissões e se qualificar para elas, e não se limitar por imposições ou falta de outros espaços na sociedade, conquistamos o nosso espaço, e o direito de usar cérebro, e fazemos isto bem.
Para os amantes do futebol ou do esporte isto não é algo que precise de aprovação deste ou daquele, isto é fato, agora é aceitar e se adequar. Em pleno século XXI após tantas discursões e comprovações diante da importância e capacidade da mulher como profissional, o futebol é mais uma vez o porta voz de termos machistas e incoerentes, claro que isto não é uma opinião unanime, e agradecemos aos céus por isso.
Diante disso é no mínimo ofensivo surgir comentários por um erro ligado a condição profissional de uma assistente: “Ela é bonitinha, mas não serve para ser bandeirinha, manda ir para a playboy”. Declaração que foi dita como se as funções da mulher estivessem exclusivamente ligadas a sexualidade e preferencias masculinas. Não sei como este senhor trata as mulheres de sua família ou em sua vida cotidiana, mas ao julgar pela sua argumentação medíocre, não acredito que seja um homem cheio de qualidades e gentilezas.
Aqueles que acompanham o futebol sabem que erros de arbitragem e de seus auxiliares são comuns, e podemos avaliar isto desde dificuldades em lances complexos, falta de atenção, ou até mesmo ausência de investimentos neste lado do futebol. Mas é curioso perceber que mesmo diante de erros são comuns, só vemos polemica e advertência quando o prejudicado é um clube grande, ou a imprensa interfere, e é claro, se for mulher. E volta a discussão, será que mulher entende de futebol?
Em âmbito profissional a mulher entende do que ela estudar e se dispor a fazer, e bons e maus profissionais existem em todas as áreas e de ambos os sexos. Quando decidir avaliar alguém faça isso por suas qualidades profissionais, pois as suas preferências cabe a cada um decidir, mulheres não precisam de porta voz para decidir onde devem estar, precisam de mais respeito estejam onde estiver.
Por Grazy Nazario. MTB. 74588/SP@NazarioGrazi

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