O
futebol sempre foi visto como um esporte machista, e de certa forma “fechado”
para as mulheres, basta relembrar as dificuldades para o futebol feminino ser
reconhecido como um “esporte”. As diferenças aumentam quando comparamos o
prestigio, respeito e os investimentos direcionados ao futebol masculino, constatamos
uma vergonha nacional. E isto também se estende para as áreas relacionadas, não
se pode negar que no futebol a mulher é minoria, quase imperceptível se
comparado aos homens.
Observar
o esporte como a representação da vida social é realmente uma experiência
divertida, ou irritante, vai depender do ponto de vista que usar. Quando se
fala em discriminação, racismo ou até mesmo machismo, o esporte é recheado de
exemplos, e por ser algo que se aproxima tanto das pessoas ganha grande
repercussão facilmente.
Geralmente
as mulheres são utilizadas apenas para “enfeitar” os estádios, como as
animadoras de torcidas, ou musas ligadas ao escudo dos times e coisas do tipo.
Mas é claro que isto esta mudando, as mulheres não precisam ficar condicionadas
exclusivamente ao uso do corpo para participar do mundo do futebol, e se
decidir fazer isso será por escolha consciente de que o seu espaço não é
limitado a isso. A mulher tem o direito de escolher entre profissões e se
qualificar para elas, e não se limitar por imposições ou falta de outros espaços
na sociedade, conquistamos o nosso espaço, e o direito de usar cérebro, e
fazemos isto bem.
Para
os amantes do futebol ou do esporte isto não é algo que precise de aprovação
deste ou daquele, isto é fato, agora é aceitar e se adequar. Em pleno século
XXI após tantas discursões e comprovações diante da importância e capacidade da
mulher como profissional, o futebol é mais uma vez o porta voz de termos
machistas e incoerentes, claro que isto não é uma opinião unanime, e
agradecemos aos céus por isso.
Diante
disso é no mínimo ofensivo surgir comentários por um erro ligado a condição
profissional de uma assistente: “Ela é bonitinha, mas não serve para ser
bandeirinha, manda ir para a playboy”. Declaração que foi dita como se as
funções da mulher estivessem exclusivamente ligadas a sexualidade e
preferencias masculinas. Não sei como este senhor trata as mulheres de sua família
ou em sua vida cotidiana, mas ao julgar pela sua argumentação medíocre, não
acredito que seja um homem cheio de qualidades e gentilezas.
Aqueles
que acompanham o futebol sabem que erros de arbitragem e de seus auxiliares são
comuns, e podemos avaliar isto desde dificuldades em lances complexos, falta de
atenção, ou até mesmo ausência de investimentos neste lado do futebol. Mas é
curioso perceber que mesmo diante de erros são comuns, só vemos polemica e advertência
quando o prejudicado é um clube grande, ou a imprensa interfere, e é claro, se
for mulher. E volta a discussão, será que mulher entende de futebol?
Em
âmbito profissional a mulher entende do que ela estudar e se dispor a fazer, e
bons e maus profissionais existem em todas as áreas e de ambos os sexos. Quando
decidir avaliar alguém faça isso por suas qualidades profissionais, pois as suas
preferências cabe a cada um decidir, mulheres não precisam de porta voz para
decidir onde devem estar, precisam de mais respeito estejam onde estiver.
Por
Grazy Nazario. MTB. 74588/SP. @NazarioGrazi
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