sexta-feira, 6 de março de 2015

8 de Março - Flores e um pouco mais!



Neste oito de março, eu não rejeitaria as flores em homenagem ao dia da mulher, acredito que, assim como as flores, nós mulheres e todos os seres humanos, somos classificados em varias espécies, e como elas, todos temos individualidades, belezas, fraquezas e diferenças.  

Mas apesar de aceitar as flores, neste oito de março flores não me bastará, então peço que elas venham acompanhadas com algumas coisas que considero essenciais para as flores fazerem sentido, e assim o “Feliz dia Internacional da Mulher”, será mais interessante.

Neste oito de março eu desejo receber junto às flores o direito de pensar e agir da maneira que considero correta, e que  por favor, ninguém me diga que isto já é possível, pois todos com o mínimo de informação sabem que isto não é verdade. Além disso, que o fato de eu escolher algo para a minha vida, não me negue o direito de ERRAR, isto mesmo, eu tenho o direito de cometer erros, me enganar, voltar atrás e ter novas chances, quando couber isto é claro.

 Peço que as minhas companheiras de luta, de vida, e de gênero, ou seja, as mulheres, entendam que nós não precisamos ser inimigas mortais desde o berço, apenas pelo fato de sermos mulheres, e que podemos sim, ser e ter amigas de verdade, para toda uma vida, sem inveja ou disputas imbecis, e que nem brigas ou amizade verdadeira é privilégio de homens ou mulheres. Este mito foi criado exatamente para dificultar a nossa união, mas sabemos que problemas existem entre PESSOAS, não confundam isso com gênero!  

Que neste oito de março, os homens entendam que não queremos travar nenhuma guerra afim de conquistar nada, mas que jamais fugiremos à luta para que isto aconteça, viemos para ficar, e não iremos embora sem conseguir o que buscamos. E apesar disso, as mulheres precisam ter o direito de conhecer e compreender as próprias buscas, e de mudar de ideia, quando julgar necessário, e não ser julgada e massacrada por isso.

Desejo ter o direito de escolher as minhas roupas, ter autonomia sobre o MEU corpo, sem ser condenada por pessoas que não conhecem a minha realidade, e não se importam com o que carrego em meu coração, também posso escolher ser homossexual, ou heterossexual, e não precisar dar satisfações de uma ou outra opção a quem quer que seja, e que a recusa a estereótipos não me obrigue a seguir, e formar novas formas de não respeitar o que eu penso.  

Por fim, neste oito de março me deem flores e muito mais, quero ser o que sou, MULHER, mas não a mulher que a sociedade esculpiu que devo ser,  quero ser a mulher que eu decidi ser.

Um “oito de Março” não basta para as mulheres, queremos ser todos os dias, até cansar, até nos bastar. Se preferir, me negue as flores, mas me oferte a liberdade que conduz o ser humano, como um ser capaz de realizar qualquer desejo.


Por: Grazy Nazario. 

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