Neste
oito de março, eu não rejeitaria as flores em homenagem ao dia da mulher,
acredito que, assim como as flores, nós mulheres e todos os seres humanos,
somos classificados em varias espécies, e como elas, todos temos individualidades,
belezas, fraquezas e diferenças.
Mas
apesar de aceitar as flores, neste oito de março flores não me bastará, então peço
que elas venham acompanhadas com algumas coisas que considero essenciais para
as flores fazerem sentido, e assim o “Feliz dia Internacional da Mulher”, será
mais interessante.
Neste
oito de março eu desejo receber junto às flores o direito de pensar e agir da
maneira que considero correta, e que por
favor, ninguém me diga que isto já é possível, pois todos com o mínimo de informação
sabem que isto não é verdade. Além disso, que o fato de eu escolher algo para a
minha vida, não me negue o direito de ERRAR, isto mesmo, eu tenho o direito de
cometer erros, me enganar, voltar atrás e ter novas chances, quando couber isto
é claro.
Peço que as minhas companheiras de luta, de
vida, e de gênero, ou seja, as mulheres, entendam que nós não precisamos ser inimigas
mortais desde o berço, apenas pelo fato de sermos mulheres, e que podemos sim,
ser e ter amigas de verdade, para toda uma vida, sem inveja ou disputas
imbecis, e que nem brigas ou amizade verdadeira é privilégio de homens ou
mulheres. Este mito foi criado exatamente para dificultar a nossa união, mas
sabemos que problemas existem entre PESSOAS, não confundam isso com gênero!
Que
neste oito de março, os homens entendam que não queremos travar nenhuma guerra afim
de conquistar nada, mas que jamais fugiremos à luta para que isto aconteça,
viemos para ficar, e não iremos embora sem conseguir o que buscamos. E apesar
disso, as mulheres precisam ter o direito de conhecer e compreender as próprias
buscas, e de mudar de ideia, quando julgar necessário, e não ser julgada e
massacrada por isso.
Desejo ter o direito de escolher as minhas
roupas, ter autonomia sobre o MEU corpo, sem ser condenada por pessoas que não conhecem
a minha realidade, e não se importam com o que carrego em meu coração, também posso
escolher ser homossexual, ou heterossexual, e não precisar dar satisfações de
uma ou outra opção a quem quer que seja, e que a recusa a estereótipos não me
obrigue a seguir, e formar novas formas de não respeitar o que eu penso.
Por
fim, neste oito de março me deem flores e muito mais, quero ser o que sou,
MULHER, mas não a mulher que a sociedade esculpiu que devo ser, quero ser a mulher que eu decidi ser.
Um
“oito de Março” não basta para as mulheres, queremos ser todos os dias, até
cansar, até nos bastar. Se preferir, me negue as flores, mas me oferte a
liberdade que conduz o ser humano, como um ser capaz de realizar qualquer
desejo.
Por:
Grazy Nazario.
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