O meme que circula na internet, a
camiseta do Brasil com nomes de atletas riscados e substituídos também pode
estampar mais que nomes de ídolos. Acompanhando uma inocente brincadeira dos
criativos da web, a “brincadeira” tem muito a dizer sobre a cultura nacional da
torcida brasileira.
A imagem fala por si, não é um
texto imenso que dirá como os brasileiros(a) se comportam diante das derrotas e
como lhe faltam patriotismo ou senso de colaboração e apoio.
É comum atletas como a jogadora
Marta serem lembradas apenas em grandes competições como as olimpíadas, em
outras ocasiões ela praticamente não existe, ela ou qualquer competidor de outro
esporte que não seja futebol. No caso de Marta, não se sabe sequer o time em
que ela joga, mesmo sendo o esporte mais popular do Brasil, quando falamos do
feminino é outra realidade. Marta, diferente do conhecido Neymar, não tem o
nome associado a grandes marcas que geram publicidade e lucro em demasiado, ela
é só uma personalidade momentânea, que se destaca quando o time esta ganhando
tudo, ou quando junto as vitórias femininas o desempenho masculino esta ruim, o
que torna o cenário ainda pior.
Mas até que ponto o ídolo existe
realmente, quem ou o que o torna “alguém”?
As regras são ditas por aqueles
que controlam os meios esportistas e o marketing que o torna gigante, muitas
vezes até maior do que realmente é. Claro que o esporte merece grande espaço,
explorar o corpo e conhecer os seus limites em forma de competição é realmente
extasiante, mas isso deveria ser em relação ao esporte, e não apenas a um deles.
Explicar
a vontade do menino de fazer a primeira modificação da camiseta poderia ser
dito difícil, já que em relação a Neymar, Marta era praticamente desconhecida
(a julgar a idade do garoto), creio que o menino realmente gostou de conhecer a
seleção feminina e aprovou o seu futebol.
Quanto a goleira Barbara então nem se fala,
nada de muitos títulos como a melhor jogadora do mundo, Barbara pegou dois
pênaltis numa eliminatória das olimpíadas do Rio 2016, e já foi o bastante para estampar a camisa (modificada
como meme da internet).
Mas ainda podemos nos
surpreender, a criatividade não para, e mesmo sem perceber ilustram ao mundo
como o esporte é tratado no Brasil.
O “cara da vara” é o homenageado da vez, isso
mesmo. Não importa o seu nome, é só alguém de um esporte “não popular”, que sabe-se lá
como começou, desde quando esta na batalha e como vive ou sobrevive em sua
carreira, mas ganhou o ouro. Teve o seu momento de brilhantismo e deixou o
brasileiro “feliz”, já que é esta felicidade que os consola.
Lembrei-me de um desenho antigo, aquele dos personagens da corrida
maluca, em que o cachorro Mutley pede Medalha, medalha e medalha!!!
É só o que importa no momento, e depois também
será esquecido, como acontece com todos os atletas, como acontece com a maioria
das coisas.
Talvez o prazer do brasileiro seja
reclamar, e ter alguém para apontar e dizer algo ruim. Os ídolos são construídos
e destruídos pelo mesmo meio midiático que enaltece aquilo que devemos
acreditar, mas na verdade querem e precisam nos distrair, existe muito mais a se
preocupar, e com certeza não é a felicidade das pessoas o que mais lhes
importa.
Neste momento enxergo um patriotismo
superficial, quase imoral, aquele que só faz Pátria Amada quando vencedora, assim
será mãe gentil dos filhos desse solo.
Quanto a Marta, ela esta no
esporte desde menina, e sim, jogava contra os meninos e sempre se destacou
entre eles. Foi para alguns times fora do Brasil, e por cinco vezes escolhida a
melhor jogadora do mundo. Atualmente ela joga FC Rosengard da Suécia. Seja derrotada ou vencedora em seu grupo, a
mulher é fera!
Barbara joga apenas pela seleção
brasileira (imagine a dificuldade em manter o ritmo para competições deste
porte), nos presenteou com grande companheirismo com as colegas de time, e se
mostrou uma profissional admirável. Thiago Braz, o cara da vara, quebra um
jejum de medalhas no esporte de salto com varas de 8 anos, já que a última
vitória foi com Maurren Maggi em Pequim, 2008. Ele tem 22 anos e se tornou o
dono do novo recorde olímpico na modalidade esportiva.
Vamos Brasil, mostra a tua cara! Com
garra e mais que memes na intentet, embora seja divertido, temos que ser mais
que uma piada!
Texto por: Grazy Nazario.
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