Dia 02 de Dezembro foi comemorado o aniversário do
samba, um dos ritmos mais populares, e dito de raízes brasileiras. De melodia
envolvente e batuque sedutor, o samba não parece mesmo querer morrer, a verdade
é que ele esta se renovando. Ao lembrar de samba, preciso falar sobre as meninas que conheci dias atras, afinal quando falamos em grupo de samba imediatamente
pensamos em homens tocando e produzindo o som da festa, o samba é também predominado por homens, Não que a mulher não esteja
presente,
salvo raras exceções como Jovelina Pérola Negra, Dona Ivone Lara, Alcione, Beth Carvalho e Leci Brandrão, entre outras. Em relação a quantidade de homens, elas praticamente não existem.
A participação das mulheres no samba poderia ser vista quase como um enfeite na diversão masculina que já existia sem necessariamente precisar delas. Muitas vezes serviram de inspirações para rimas, e lhe emprestavam um rebolado sedutor. Elas estavam ali apenas cumprindo o seu papel de servir ao outro, da forma como eles esperavam ou desejavam. Mas a realidade esta se transformando, os conceitos diante da mulher, e de suas profissões e atitudes aos poucos tomam nova forma.
salvo raras exceções como Jovelina Pérola Negra, Dona Ivone Lara, Alcione, Beth Carvalho e Leci Brandrão, entre outras. Em relação a quantidade de homens, elas praticamente não existem.
A participação das mulheres no samba poderia ser vista quase como um enfeite na diversão masculina que já existia sem necessariamente precisar delas. Muitas vezes serviram de inspirações para rimas, e lhe emprestavam um rebolado sedutor. Elas estavam ali apenas cumprindo o seu papel de servir ao outro, da forma como eles esperavam ou desejavam. Mas a realidade esta se transformando, os conceitos diante da mulher, e de suas profissões e atitudes aos poucos tomam nova forma.
Numa noite dessas fui
a uma casa noturna e uma voz feminina me chamou a atenção, me virei para olhar
a banda, e eram cinco mulheres tocando, donas
de seus sorrisos e conduzindo divinamente seus respectivos instrumentos. Era som de mulher! Senti os meus olhos brilharem, e meu sorriso
correspondeu a alegria, elas se olharam e me sorriram de volta. Foi uma
delícia compartilhar aquele momento nosso, de liberdade e reconhecimento de que ela
existe para nós.
Eram Deborah, Luana, Juliana, Sheila e Valeria as minas
do grupo Batuk mulher, são elas entre outras que se apresentam na noite da Zona
Leste de São Paulo, e mais uma vez nos mostra que as mulheres sabem mais que
rebolar, também sabem e querem batucar. Elas me contaram que estão com o grupo
formado há treze anos. Se conheceram nas noites tocando, cada uma em sua
especialidade, então resolveram se unir e montar o grupo que conheci naquela noite.
Fiquei encantada ao conversar com elas depois do show,
há tanto tempo na estrada e eu não as conhecia. Eu pesquisei um pouco mais e descobri
que existem outros grupos como o Batuk mulher espalhados por aí, trabalhando
com musica e rompendo padrões. As mulheres estão sim roubando a cena, ou ocupando um que
nunca lhe foi permitido.
Na maioria das vezes cabia aos homens, tão livres e
cheios de historias nos contar através da musica o quanto a vida poderia ser
boa, divertida, ou “infeliz” diante das decepções. A liberdade de curtir, criar, ou trabalhar a livre escolha até então era privilegio masculino, a vida das mulheres por muito tempo foi
extremamente limitada, e ainda é em muitos cantos do mundo, a nossa batalha
esta apenas começando, e em todos os sentidos.
Então batuquem meninas, e vamos sambar no machismo!
Texto: Grazy Nazario.
Para maiores informações sobre o grupo clique no link:
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