Nada pretendo falar sobre o filme
mais esperado do ano da Marvel, muito menos dar spoiler é a minha intenção, o
meu único desejo é despertar a consciência em relação ao poder que a arte tem
sobre a construção de nossa personalidade, medos e sonhos. A ideia é chamar a
atenção em relação a como estamos acostumadas a ficar á “sombra” em
praticamente todos os setores do planeta. Quando
falamos de nos tornar um ser humano pleno, tenha certeza de que as dificuldades se
multiplicam quando se é mulher, e é para conquistar estas mudanças que
precisamos de nossas heroínas, a cada dia as mudanças acontecem, e assim será
até a verdadeira conquista.
Os filmes de heróis, assim como
outros de ficção, infantil, ou qualquer outro gênero possível carregavam uma
marca de apresentar poucas vezes as mulheres como protagonistas fortes. Geralmente eramos a mocinha indefesa que é protegida pelo grande herói, ou o grande
nome do filme, praticamente não tínhamos falas de decisão ou de ações reais que
interferiam em nossas vidas. Assim como na vida real, não somos estimuladas a
decidir, a nos perceber como donas de nossas ações.
Diante disso ouvimos, mas é só um
filme. Não é só um filme, a arte esta ai para nos ensinar muito, é isso o que
que a arte faz desde sempre, tende a nos influenciar em nossa formação de pensamento, seja qual for a linguagem artística utilizada, ela nos apresenta a situação e uma resolução possível, imagine todas as formas de arte trabalhando esta resolução da mesma forma. Quando naturalizamos um comportamento ele se torna
comum e possível. Eu poderia descrever diversos exemplos de como a arte faz com
que pensamos do jeito que ela decidir, mas peço para que você faça este exercício, e pense em situações que você leu ou assistiu e
que se viu repetindo mesmo sem perceber.
A Marvel, como outras indústrias cinematográficas,
percebendo as mudanças sociais e a necessidade de referências da nova mulher real estão mudando esta história, apresentando a cada dia filmes infantis, ficção, e
de tantos gêneros pensando nessas questões de quebrar tabus e apresentar para
as pessoas novos caminhos de como podemos ser, a vida como ela é quando se tem
opções de ser.
Não queremos ser vistas como super-heroínas,
ou guerreiras capazes de tudo! Porque não somos, queremos ser vistas como seres
humanos. Nada de achar bonito estar sobrecarregada, só fazemos tudo porque não há
quem faça. Mas então onde entram as heroínas em tudo isso?
Elas estão na representatividade, na força para salvar o mundo (seu próprio mundo), direcionar os próprios caminhos sem se perder de si mesma, e precisar que ninguém nos proteja. Não é sobre
ter superpoderes, é sobre existir, sem estar às sombras, ser a sua própria luz.
O filme dos vingadores ultimato
nos presenteou com uma bela cena, todas as heroínas juntas por uma causa
gigante, cada uma em sua força na linha de frente da guerra, é delirante e
emocionante. Sei que não cabe agradecimentos, estamos tomando a força os
direitos que merecemos, mesmo assim, obrigada Marvel, e a todos que estão conosco
em nossa causa real, a liberdade de existir agradece.
VAI PLANETA!
Texto: Grazy Nazario.
Nenhum comentário:
Postar um comentário