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quinta-feira, 2 de maio de 2019

Marvel e as heroínas que nos representam nas telinhas e na vida


Nada pretendo falar sobre o filme mais esperado do ano da Marvel, muito menos dar spoiler é a minha intenção, o meu único desejo é despertar a consciência em relação ao poder que a arte tem sobre a construção de nossa personalidade, medos e sonhos. A ideia é chamar a atenção em relação a como estamos acostumadas a ficar á “sombra” em praticamente todos os setores do planeta. Quando falamos de nos tornar um ser humano pleno, tenha certeza de que as dificuldades se multiplicam quando se é mulher, e é para conquistar estas mudanças que precisamos de nossas heroínas, a cada dia as mudanças acontecem, e assim será até a verdadeira conquista.

Os filmes de heróis, assim como outros de ficção, infantil, ou qualquer outro gênero possível carregavam uma marca de apresentar poucas vezes as mulheres como protagonistas fortes. Geralmente eramos a mocinha indefesa que é protegida pelo grande herói, ou o grande nome do filme, praticamente não tínhamos falas de decisão ou de ações reais que interferiam em nossas vidas. Assim como na vida real, não somos estimuladas a decidir, a nos perceber como donas de nossas ações.

Diante disso ouvimos, mas é só um filme. Não é só um filme, a arte esta ai para nos ensinar muito, é isso o que que a arte faz desde sempre, tende a nos influenciar em nossa formação de pensamento, seja qual for a linguagem artística utilizada, ela nos apresenta a situação e uma resolução possível, imagine todas as formas de arte trabalhando esta resolução da mesma forma. Quando naturalizamos um comportamento ele se torna comum e possível. Eu poderia descrever diversos exemplos de como a arte faz com que pensamos do jeito que ela decidir, mas peço para que você faça este exercício, e pense em situações que você leu ou assistiu e que se viu repetindo mesmo sem perceber.

A Marvel, como outras indústrias cinematográficas, percebendo as mudanças sociais e a necessidade de referências da nova mulher real estão mudando esta história, apresentando a cada dia filmes infantis, ficção, e de tantos gêneros pensando nessas questões de quebrar tabus e apresentar para as pessoas novos caminhos de como podemos ser, a vida como ela é quando se tem opções de ser.

Não queremos ser vistas como super-heroínas, ou guerreiras capazes de tudo! Porque não somos, queremos ser vistas como seres humanos. Nada de achar bonito estar sobrecarregada, só fazemos tudo porque não há quem faça. Mas então onde entram as heroínas em tudo isso?

Elas estão na representatividade, na força para salvar o mundo (seu próprio mundo), direcionar os próprios caminhos sem se perder de si mesma, e precisar que ninguém nos proteja. Não é sobre ter superpoderes, é sobre existir, sem estar às sombras, ser a sua própria luz.

O filme dos vingadores ultimato nos presenteou com uma bela cena, todas as heroínas juntas por uma causa gigante, cada uma em sua força na linha de frente da guerra, é delirante e emocionante. Sei que não cabe agradecimentos, estamos tomando a força os direitos que merecemos, mesmo assim, obrigada Marvel, e a todos que estão conosco em nossa causa real, a liberdade de existir agradece.
VAI PLANETA!

Texto: Grazy Nazario.


segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Filme - As Sufragistas

As sufragistas é um filme que fala sobre a luta das mulheres pelo direito ao voto, na Inglaterra durante o inicio do século XX.

É dolorido assistir uma realidade tão antiga e ao mesmo tempo atual quando fazemos certas comparações com os dias de hoje, claro que em suas devidas proporções. O filme ilustra muitas dificuldades das mulheres em tempos de batalhas, que nos parecem simples depois de já conquistadas, mas que na verdade ainda hoje estão em processo de conquista e são igualmente difíceis. A história nos dá amplitude quanto ao direito ao voto, e participações politicas, que como sabemos ainda é insignificante. Mas, o filme fala sobre a negativa do direito ao voto de maneira sutil, e enaltece todo o contexto da vida social da mulher, ou da inexistência disso.

 A história se baseia em uma mulher comum, dessas que não repara ao que esta sendo submetida por já considerar a sua realidade horrível e desumana como algo natural. No entanto, em um momento do filme a personagem Maud Watts, representada por Carey Mulligan se enxerga como possível transformadora da própria realidade e de outras mulheres ao se aliar com outros seres pensantes. O filme também ilustra a dificuldade das mulheres em vários contextos empregados à mulher, além de mencionar as diferenças de classes e desigualdades sociais tão gritantes (o que é possível enxergar com facilidade nos dias atuais), mas que negavam, assim como hoje.  

O final, como a maioria de filmes neste segmento, deixa a desejar, e não pela produção em si, mas por não ter o direito de fugir da realidade, a sensação é sempre de que alguma coisa foi iniciada, mas que é apenas o inicio de algo muito maior, que pode nos dar esperança por ter tido avanços, ou nos dilacerar o peito por ter avançado tão pouco.


Assista e sofra, ou sorria.      


Texto: Grazy Nazario 

Ficha técnica

Nome: As sufragistas
Nome Original: Suffragette
Cor filmagem: Colorida
Origem: Inglaterra
Ano de produção: 2015
Gênero: Drama, Filme de época
Duração: 107 min
Classificação: 14 anos
Direção: Sarah Gavron
Elenco: Carey Mulligan, Helena Bonham Carter, Meryl Streep, Anne-Marie Duff, Ben Whishaw, Brendan Gleeson





quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Cinquenta Tons Mais Escuros - Trailer 1


Cinquenta tons de que mesmo?

Saiu o novo clip do 50 tons de cinza, o Cinquenta tons mais escuros. Tanto frisson na internet e algumas colegas comentando animadas me fez assistir o trailer, já que eu odiei o primeiro filme, e disse que provavelmente não assistiria o segundo.

Enfim assisti o trailer e por incrível que pareça o que eu não esperava aconteceu, me surpreendi. O trailer é ainda pior que o primeiro, isto mesmo, o roteiro é fraco, a história boba, e os dois atores sem expressão! Se essas são as melhores cenas, imagine a morosidade do filme em cenas que não se encaixam e não permite uma construção própria do expetador. É triste.

Assista o trailer 





Christian Grey ainda quer conquistar as mulheres como se fossem eternas mocinhas sem expressão, a  personagem Anastácia fala em fim de contratos, mas parece novamente se submeter a tudo que estiver em torno do cara, como se não tivesse vida, como se a sua existência não bastasse para nada. E pra deixar mais cômico, no final do trailer, uma “assombração” diz que ela não é a única a tentar salva-lo!
Eu não consigo entender como alguém pode gostar de um trailer tão sem sal e sem açúcar! 

Eu não li os livros (glória!), logo não me envolvi com a sedução dos personagens, por este motivo mesmo falo a partir da produção geral do filme. Não vou dizer que o filme fala sobre homens agressivos, e que praticam violência doméstica, afinal sadomasoquismo não se encaixa nesta descrição, já que existe o consenso. Porém estamos falando de relacionamentos abusivos, e da exclusão da vida e considerações da mulher, principalmente quando se trata do direito a ter o direito de escolhas, e mais que isso, ter possibilidades de escolhas, não se engane em dizer que isto acontece no filme, uma vez que somos ensinadas a acreditar que algo assim seria uma grande sorte! Ao invés de dividir ideias e fazer a sua própria sorte.

Para isso, ter segurança e condições de conduzir a própria vida é essencial.

E não me diga que um filme não influencia as mulheres e a sociedade em geral, por que sabemos que isso não é verdade, e como diz um dos grandes clichês:
 A vida imita a arte, e a arte imita a vida.

Estes esteriótipos reafirmam uma posição que estamos há séculos tentando nos livrar. 

O uso do dinheiro e romance como forma de “sedução” ainda é muito comum nos dias atuais, fugir de algo assim é realmente muito difícil a partir da nossa criação e cultura, é algo que vamos desconstruindo aos poucos. 
Esta verdade não é fácil. 
Mas quem disse que a liberdade é fácil?

A vida e a liberdade não estão a venda! Muito menos as nossas ideias e conceitos, estamos dispensando passeios de helicópteros, e carros de presente se o preço a pagar for o nosso ser.

Para o empoderamento feminino o filme parece péssimo! Mas se o seu interesse for apenas  entretenimento e diversão, a construção da trama parece bem ruim, creio que o filme oferece poucos momentos de prazer  e ilusão gratuita.

Se assistir, escreva algo, talvez exista outras visões sobre o filme. Tomara que eu me surpreenda de verdade!

Texto por: Grazy Nazario.





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