Cinquenta tons de que mesmo?
Saiu o novo clip do 50 tons de cinza, o Cinquenta tons mais escuros. Tanto frisson na internet e algumas colegas comentando animadas me fez assistir o trailer, já que eu odiei o primeiro filme, e disse que provavelmente não assistiria o segundo.
Enfim assisti o trailer e por incrível que pareça o que eu não esperava aconteceu, me surpreendi. O trailer é ainda pior que o primeiro, isto mesmo, o roteiro é fraco, a história boba, e os dois atores sem expressão! Se essas são as melhores cenas, imagine a morosidade do filme em cenas que não se encaixam e não permite uma construção própria do expetador. É triste.
Assista o trailer
Christian Grey ainda quer conquistar as mulheres como se fossem eternas mocinhas sem expressão, a personagem Anastácia fala em fim de contratos, mas parece novamente se submeter a tudo que estiver em torno do cara, como se não tivesse vida, como se a sua existência não bastasse para nada. E pra deixar mais cômico, no final do trailer, uma “assombração” diz que ela não é a única a tentar salva-lo!
Eu não consigo entender como alguém pode gostar de um trailer tão sem sal e sem açúcar!
Eu não li os livros (glória!), logo não me envolvi com a sedução dos personagens, por este motivo mesmo falo a partir da produção geral do filme. Não vou dizer que o filme fala sobre homens agressivos, e que praticam violência doméstica, afinal sadomasoquismo não se encaixa nesta descrição, já que existe o consenso. Porém estamos falando de relacionamentos abusivos, e da exclusão da vida e considerações da mulher, principalmente quando se trata do direito a ter o direito de escolhas, e mais que isso, ter possibilidades de escolhas, não se engane em dizer que isto acontece no filme, uma vez que somos ensinadas a acreditar que algo assim seria uma grande sorte! Ao invés de dividir ideias e fazer a sua própria sorte.
Para isso, ter segurança e condições de conduzir a própria vida é essencial.
A vida imita a arte, e a arte imita a vida.
Estes esteriótipos reafirmam uma posição que estamos há séculos tentando nos livrar.
O uso do dinheiro e romance como forma de “sedução” ainda é muito comum nos dias atuais, fugir de algo assim é realmente muito difícil a partir da nossa criação e cultura, é algo que vamos desconstruindo aos poucos.
Esta verdade não é fácil.
Mas quem disse que a liberdade é fácil?
A vida e a liberdade não estão a venda! Muito menos as nossas ideias e conceitos, estamos dispensando passeios de helicópteros, e carros de presente se o preço a pagar for o nosso ser.
Para o empoderamento feminino o filme parece péssimo! Mas se o seu interesse for apenas entretenimento e diversão, a construção da trama parece bem ruim, creio que o filme oferece poucos momentos de prazer e ilusão gratuita.
Se assistir, escreva algo, talvez exista outras visões sobre o filme. Tomara que eu me surpreenda de verdade!
Texto por: Grazy Nazario.
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