terça-feira, 13 de setembro de 2016

Cultura do Estupro

FEMINISMO - TCA 2016
"A ideia radical de que as mulheres são gente"
(Simone Beavoir)

Cultura do Estupro
Por: Sara Cavalari e Mariana Barbedo

Na década de 70, foi criado o grupo “Rape Culture” pelas feministas americanas, que significa “Cultura do Estupro”. A cultura do estupro em geral, é tudo aquilo que encoraja agressões sexuais masculinas, apoia e normaliza a violência contra a mulher. Em verdade, vivemos numa sociedade onde não é ensinado a não estuprar, mas sim, a não ser estuprada. 

A gente vê a cultura do estupro quando as pessoas tentam justificar um estupro, jogar a culpa na vitima, com justificativas como “mas ela estava usando uma roupa curta/provocante”, “ela usa drogas”, “se não estivesse na rua naquele horário nada disso teria acontecido”, “ela é mulher de traficante”, “ela gosta de sexo grupal”, “ela não é santa”.

A cultura do estupro faz com que esses argumentos validem uma recriminação da própria vitima, que naturalize a pratica do estupro e de outras formas de violência sexual, que começam desde cantadas na rua (com conotações sexuais), assédios físicos e/ou até ao mesmo estupro. Essa cultura convence a todos que estuprar, molestar e assediar, são atitudes naturais e se devem ou justificam pela postura das vitimas. A cultura do estupro está nas formas de piadas e gírias, nas musicas, na linguagem, nos programas televisivos como: séries, novelas, que banalizam o estupro, propagandas que retratam as mulheres como se todas estivessem disponíveis para o prazer dos homens, e isto está tão presente em nossas vidas que acabamos por achar normal.

Tudo isso colabora para a criação e manutenção do pensamento de que as mulheres são feitas para satisfazer as vontades sexuais dos homens. Este é o lugar designado às mulheres na nossa sociedade, o que contribui para que as pessoas pensem que o estupro é uma questão de sexo e sexualidade, uma miragem misógina que violenta tantas mulheres.


Trata-se de uma forma bárbara de violência, uma agressão brutal que invade o corpo de outra pessoa. Nada justifica um estupro. Vivemos numa sociedade patriarcal, sofremos violências derivadas desse elemento e, por acreditar que a cultura “não é uma santa no altar” e que ela pode e deve ser transformada, colocamo-nos na luta contra o machismo, em favor de uma sociedade humanamente melhor. A igualdade dos direitos formal não é o suficiente, pois apenas papeis não garantem vivência igualitária e justa. Estamos transformando nossa escola e nossas vidas. Avante!





Sara Cavalari tem 14 anos e é estudante da EMEF Sérgio Milliet localizada na zona leste de São Paulo. Mariana barbedo é sua professora e orientadora no projeto TCA (Trabalho Colaborativo Autoral), e é sua orientadora.  



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pesquisar este blog