FEMINISMO - TCA 2016
"A ideia radical de que as mulheres são gente"
(Simone Beavoir)
Cultura do Estupro
Por: Sara Cavalari e
Mariana Barbedo
Na década de 70, foi criado o grupo “Rape
Culture” pelas feministas americanas, que significa “Cultura do Estupro”. A
cultura do estupro em geral, é tudo aquilo que encoraja agressões sexuais
masculinas, apoia e normaliza a violência contra a mulher. Em verdade, vivemos
numa sociedade onde não é ensinado a não estuprar, mas sim, a não ser
estuprada.
A cultura do estupro faz com
que esses argumentos validem uma recriminação da própria vitima, que naturalize
a pratica do estupro e de outras formas de violência sexual, que começam desde
cantadas na rua (com conotações sexuais), assédios físicos e/ou até ao mesmo
estupro. Essa cultura convence a todos que estuprar, molestar e assediar, são
atitudes naturais e se devem ou justificam pela postura das vitimas. A cultura
do estupro está nas formas de piadas e gírias, nas musicas, na linguagem, nos
programas televisivos como: séries, novelas, que banalizam o estupro,
propagandas que retratam as mulheres como se todas estivessem disponíveis para
o prazer dos homens, e isto está tão presente em nossas vidas que acabamos por
achar normal.
Tudo isso colabora para a
criação e manutenção do pensamento de que as mulheres são feitas para
satisfazer as vontades sexuais dos homens. Este é o lugar designado às mulheres
na nossa sociedade, o que contribui para que as pessoas pensem que o estupro é
uma questão de sexo e sexualidade, uma miragem misógina que violenta tantas
mulheres.
Trata-se de uma forma bárbara
de violência, uma agressão brutal que invade o corpo de outra pessoa. Nada justifica
um estupro. Vivemos numa sociedade patriarcal, sofremos violências derivadas
desse elemento e, por acreditar que a cultura “não é uma santa no altar” e que
ela pode e deve ser transformada, colocamo-nos na luta contra o machismo, em
favor de uma sociedade humanamente melhor. A igualdade dos direitos formal não
é o suficiente, pois apenas papeis não garantem vivência igualitária e justa.
Estamos transformando nossa escola e nossas vidas. Avante!
Sara Cavalari tem 14 anos e é estudante da EMEF Sérgio Milliet localizada na zona leste de São Paulo. Mariana barbedo é sua professora e orientadora no projeto TCA (Trabalho Colaborativo Autoral), e é sua orientadora.
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