Mulheres
Marcos estava muito nervoso aquele dia. Havia programado tudo que aconteceria naquela noite a muito tempo em sua cabeça. As falas, os olhares, os sorrisos, os beijos. Passou a semana inteira que antecedia a noite ensaiando suas falas. Todas as vezes em frente ao espelho. Ao deitar revia em suas memórias todos os momentos que o trouxeram até ali. Marcos sempre um bom vivam, um boêmio. Frequentador assíduo da noite carioca.
Mas apesar de toda a sua vida na boemia, sentia que agora, tinha chego a hora de realmente sossegar ao lado de alguém. Já tinha tido todo o tipo de romance, com mulheres de todas as cores, idades e amores. Com algumas por certo tempo achava que daria certo, pra outras apenas um pouco se dava.
Enfim chegara a noite que tanto esperava. As reservas no restaurante já estavam feitas, o mesmo restaurante que adoravam ir. As alianças tinham sido compradas a um mês antes. Escolhidas meticulosamente.
Algumas horas antes do horário marcado estava muito ansioso com tudo. E como toda a ansiedade que se preze, ela vem recheada de dúvidas. Relembrou todos as mulheres atrevidas, acanhadas, vividas, casadas carente e as solteiras felizes com quem já tinha se relacionado. Lembrou de todas as donzelas assim como todas as meretrizes com quem compartilhou a cama. Pensava se realmente era aquilo que ele queria. Se realmente estava fazendo a coisa certa.
Todas as aventuras com mulheres cabeças e desequilibradas, mulheres confusas, as de guerra e paz reapareceram em sua memória. Quanto mais o tempo passava, mais próximo do compromisso chegava, e ele se convencia de que nenhuma delas o tinha feito tão feliz. A cada hora se reafirmava em seu coração que já tinha procurado a felicidade em todas as mulheres, mas não havia encontrado. Tudo começava bem, mas acabava tendo um fim, e vinha a saudade de um único amor.
A hora havia chego. Antes de ir pra o restaurante, parou em frente ao espelho. Estava bem alinhado num terno novo que tinha comprado. Olhou nos olhos do seu reflexo e pensou que tinha encontrado o sol de sua vida, a sua vontade. Que tudo aquilo não era mentira e sim verdade. Que aquilo era tudo o que um dia ele tinha sonhado.
Então apagou as luzes e foi para o restaurante.
Se encontraram no bar do restaurante, com um beijo leve de cumprimento. A mesa reservada já estava pronta. Sentaram nela um de frente ao outro. Marcos achou que explodiria de ansiedade. Não podia cogitar beber ou comer algo com toda agitação que se passava no seu estomago. Já estava difícil de respirar. Não aguentaria esperar nem mais um minuto. Após o garçom sair, ele baixou a cabeça, colocou a mão seu bolso para sentir a caixa e disse:
- Tenho uma coisa muito importante para te pedir;
Sem nem esperar nenhuma reação, gesto ou resposta, ele tirou a caixa do bolso e abriu.
Olhou fundo nos olhos e disse:
Olhou fundo nos olhos e disse:
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