É apenas mais uma. É assim que se
faz para somar as estatísticas. Tatiane é mais uma que não teve “sorte”, e se
uniu a um cara “mal”, alguém que não a respeitava, e não poupou a sua vida. Alguns
tentam questionar, dizem não saber o que ela fez para aquilo acontecer, ou que
foi uma fatalidade, tentam justificar o injustificável, e falham quando a
verdade é uma só, eles não respeitam mulheres como serem humanos.
Então mais uma vez acabou Tatiane
se foi, e Marias, e Anas, e tantas outras... Planos e sonhos se desfizeram por
que outro alguém decidiu que seria assim, usou a sua força física contra alguém,
cujo o gênero a estimula a ser “frágil”, enquanto ele cresceu aprendendo como
fazer com que as mulheres fossem oprimidas, e encurraladas. Devem fazer a sua vontade.
Ao pensar no desespero dessa
mulher a minha alma gela, me faz lembrar quantas mais somos nessa mesma
situação, e como pensam em sair, e como se entregam em orações para que se
livrem de seus opressores violentos. Tatiane é o retrato daquilo que tentam
esconder todos os dias como se não existisse, mas que sabemos estar na vizinha,
na prima, com a irmã, e conosco, é mais comum do que se imagina, e menos
combatido do que deveria.
A tristeza maior é perceber que
ainda não temos forças para ser maior que isso, para as denúncias assustarem,
para eles temerem as autoridades mais do que nós os tememos. As nossas leis são
fracas, e o barulho vem e logo passa, e então Tatiane é só mais um número, e
qualquer uma de nós poderá ser o próximo.
Ser mulher é viver com medo,
mesmo querendo lutar. Não queremos viver á base de nossa própria sorte,
queremos viver bem por direito.
Que a sua morte não seja em vão, como tantas já foram.
Vamos aumentar as estatísticas dos agressores, antes que se tornem de mortes de mulheres. Esta sociedade não suporta mais feminícidios!
Disque: 180.
Vamos aumentar as estatísticas dos agressores, antes que se tornem de mortes de mulheres. Esta sociedade não suporta mais feminícidios!
Disque: 180.
Texto Grazy Nazario.
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