Ariana Grande é atriz, cantora e
apresentadora, vinte e cinco anos, jovem, e Pop star. A biografia dela
realmente não interessa, acredito na importância de dizer pra deixar bem claro
que não existe distinção, preferencia, cor ou raça, falamos de gênero, sobre o
que é ser mulher.
O assédio sofrido pela cantora
norte americana Ariana Grande é o ato mais comentado da internet, talvez isso
tem a ver com a fato do assediador ser pastor e estar em um funeral, por se tratar de uma
pop star, ter sido gravado, ou por seus fãs terem tomado as dores da moça, enfim
são muitas as variantes. O fato é que estamos falando influenciadores, pessoas que
deveriam servir como exemplo de respeito entre as pessoas, mas se mostram seres desprezíveis,
e incluo entre o pastor outras personalidades ali presentes.
Mulheres são alvos. É assim que nos sentimos
nas ruas, ou quando vamos apresentar um projeto, e a pessoa a avaliar é homem.
São tantas idiotices que ouvimos para ser aceitas no mercado de trabalho, para mostrar
o que somos como artistas e profissionais que chega a enojar. Noticias assim
nos fazem ver que não estamos sozinhas, o abuso esta em todos os cantos do
mundo e sem muitos disfarces, ele acontece como se fosse permitido, como se o
melhor fosse fingir que não aconteceu, como se o medo devesse ser nossa eterna
companhia.
É chocante assistir a cena e ver a
moça não saber o que fazer, naquele momento me lembrei de quantas vezes me
senti daquele jeito, sem entender qual deveria ser a minha atitude. Afirmo que
se você é mulher já sentiu isso em algum momento da sua vida ou em vários. Isso
e coisas piores acontecem com muito mais frequência nas periferias, nos lares,
nas grandes e pequenas empresas, naqueles lugares em que câmeras e microfones não estão disponíveis para oferecer provas de que não estamos loucas,
para que nós mesmas não tentamos nos convencer disso.
Ser mulher é não estar segura em
lugar nenhum do mundo, não existe espaço para mulher ter voz e se sentir em
paz, ter segurança em relação ao seu corpo e ao que ela é, seja no parque, nas
ruas, bares, shoppings, no velório, na igreja ou em casa junto aos familiares.
A liberdade feminina parece uma utopia. Vivemos aterrorizadas com o que o mundo
criou para nós, e continua a cultivar. Não existe segurança, não
querem nossa autoestima, não impulsionam nosso sucesso, somos o objeto.
Pretendem que perdure infinitamente a reprodução de propostas que garanta o
quanto somos objetos em qualquer lugar e de todas as formas, o outro sexo a mercê
do que desejarem fazer.
Ariana não terá problemas
financeiros para contratar advogados e ter quem lute por ela nesta causa em
vias judiciais, assim torço para que aconteça. Mas e como ficam todas as
outras? Distantes dos olhos do mundo, sem forças, ou o empoderamento necessário
pra gritar e dizer NÃO toque em mim! A repercussão desse caso deve nos trazer á
luz a realidade de cada dia, não queremos as suas desculpas Pastor, queremos
que não seja canalha e que não reproduza a sua canalhice. Queremos que você mude a sua concepção
do que é ser mulher (se é que isso é possível), e que passe isto adiante para
que meninos e meninas aprendam a respeitar o outro como ser humano. Não queremos e não iremos conviver com nada diferente disso.
Mulheres não se calem, não encubram
homens e seus feitos não consentidos. Roupa não é convite, sorriso não é permissão,
intimidação não é paquera. Não culpem a vitima,
não reforcem o coro dos abusadores, e criminosos, não sejam coniventes com o
erro, a vitima nunca é culpada. Somos nós por nós, se una ao inimigo é será a próxima
vitima. Se perceba como ser humano, ninguém
tem o direito de te tocar, isto não é exagero, nem miimimi, esta é a lei. Se
somos nós a cultivar os pensamentos, que eles sejam transformados a favor da
liberdade.
Texto: Grazy Nazario.
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