terça-feira, 12 de julho de 2016

Mulheres na Política



Pensar em mulheres na politica ainda assusta, inclusive as próprias mulheres. Quando pensamos nas mulheres decidindo e pensando o que é realmente importante para a sociedade, é como se algo dissesse “ela não sabe o que esta fazendo”. As pessoas foram ensinadas a acreditar que apenas os homens possuem esta capacidade, e mesmo sabendo que isto não é verdade, a insegurança é implantada em cada uma das mulheres e reforçada a cada dia por homens igualmente inseguros. Mas a cultura diz que ele é capaz, que sabe e precisa fazer isto, se errar aprenderá com os erros, tudo esta em suas mãos. Isto vem acompanhado de um medo imensurável daquilo que elas podem fazer quando realmente se descobrem, e aprendem a usufruir daquilo que sempre fora ofertado aos homens, a liberdade do pensamento.

Diante da realidade política brasileira e mundial não é preciso falar em estatísticas, basta olhar o cenário politico, nos Municípios, Estados e no âmbito Federal. A diferença é vergonhosa, e as mulheres que conseguem se inserir na politica, através de muito apoio e trabalho, sentem dificuldades em fazer acontecer os seus projetos. Além das dificuldades comuns para todas as pessoas no campo político, existe algo a mais, ela é mulher.

Não existe empatia ou simpatia em relação as mulheres, quando você mostra competência eles te invejam, e sempre tentam de algum modo diminuir o seu feito, já que não foi ele quem fez. E quando algo se fundamenta como errado ou ruim é o fim do mundo em proporções gigantescas. É claro que isto também acontece em relação a outros homens, a competição sempre existiu, mas em relação a mulher cria-se uma espécie de sentimento de inferioridade, já que fomos, mesmo sem pedir, submetidos a ideologia de superioridade por parte dos homens. Sem contar o assédio, muitos homens realmente acreditam que as mulheres devem estar ali para “divertir” o lugar, e não trabalhar, ou quem sabe manter o ambiente higienizado para que eles façam o trabalho que lhes cabem com mais tranquilidade.

 A saída da presidenta do Brasil tem muito a ver com o machismo nosso de cada dia, mesmo que alguns demagogos digam que não, isto é muito óbvio, e eu ficaria aqui listando os milhares de motivos dessa verdade. A começar por decisões diferenciadas de seu antecessor, esta é uma das provas de que a sua politica é sim diferente, a sua objetividade não agrada aos velhos conservadores acostumados com a objetificação feminina, o que elas querem mesmo é trabalhar, mostrar serviço,  estão há séculos e séculos atrasadas na arte de decidir e criar. O desespero dos conservadores esta em perceber a rasa experiência e imensa competência e vitalidade das mulheres. O medo de que ouçam a sua voz é assustador.

Mesmo com as decisões femininas colocadas à prova ainda antes de serem escritas no papel, é como se o erro fosse inadmissível e o acerto não existisse, ela ainda permanece, cresce e conquista o seu espaço. Mesmo reconhecendo o fato de por muito tempo serem completamente excluídas das experiências que ultrapassasse o “ser mãe e dona de casa”, ela conseguiu se superar e, como todo ser humano buscar o seu lugar ao sol. Aprende a cada dia a decidir a partir daquilo que acredita, pois tem capacidade de pensar, agir e praticar escolhas.

As mulheres podem estar na politica de varias maneiras, se informando, discutindo ou se inteirando de assuntos sobre as necessidades do seu país, estado, cidade ou bairro, cada uma em sua dimensão e conhecimento conquista e mantém a sua verdade e expressão. Decidem e se redescobrem, se enxergam como algo além de Bela, recatada e do Lar.

Não precisam mais estar por detrás de um grande homem para ser uma grande mulher. Ela é uma grande mulher sozinha ou acompanhada. A busca das mulheres na politica esta em perceber as necessidades das pessoas a partir de sua sensibilidade, e conquista-las com sua força, reconhecer a sua capacidade ímpar, e caminhar ao lado daqueles que contribuem e respeitem esta realidade de forma natural.  

Mulheres na politica não esperam por privilégios, nem castigos, o justo contenta.  

Texto: Grazy Nazario.

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